Puros & Vinhos

sexta-feira, julho 27, 2007

Vinhos á prova no Café puro em Vila franca de Xira

Aqui ficam as notas de prova do encontro efectuado nesta Quinta Feira dia 26 de Julho de 2007, no Café Puro em Vila Franca de Xira:


Alto da Guia Rosé 2006 (Douro) - Um vinho de verdadeira cor rosada. Fresco, vivaço, recorda morangos, framboesas.Frutado, suave, muito harmonioso e redondinho, tem condições para ser um sucesso comercial, assim os portugueses consigam ultrapassar tabus, desconfianças e mal-entendidos em relação a este estilo de vinhos. Final médio, muito frutado, seco, é um rosé sério e muito bebível. Lembrei-me do intenso calor estival e das habituais refeições à base de saladas e carnes frias.(3,15€)
Nota:15

Quinta Alto da Senhora da Guia 2005 Reserva Branco (Douro) - Nariz nervoso, de cariz mineral. Leve fruta revela tendência para a neutralidade aromática. Na boca tem mais carácter, assente numa textura sedosa de sabores vegetais, minerais e frutados. A estrutura média e a acidez assertiva permitem um final moderado, aprazível. (4,10€)
Nota: 13


Quinta de Cabriz Encruzado 2006 (Dão) - Cor cristalina. Nariz fresco, vegetal, com apontamentos que sugerem uma salada de fruta. Leve madeira confere-lhe estrutura. Na boca entra amplo e fresco, evoluindo de forma equilibrada e directa para um final moderado, de complexidade média e acidez vincada. Apesar de não existir muita profundidade de sabores, onde predomina a tangerina, o conjunto consegue rasgos de prazer e frescura.
Nota:16


Antão Vaz da Peceguina 2006 (Alentejo) - De cor muito clara, esbranquiçada, quase incolor. O nariz revela aromas de fruta tropical,papaia, maracujá, manga verde, aromas esses que são complementados por notas citrinas.Está encorpado na boca, estruturado, rico, com uma frescura bem proporcionada, consequência evidente da acidez justa que o ampara. Muito frutado na boca, mas ainda assim muito decente e senhor do seu nariz. Precisamente, se o nariz aponta para a fruta tropical, a boca segue o nariz. Consuma-se cedo para aproveitar a riqueza do aroma. (9€)
Nota:17

Pilheiros Grande Escolha 2004 Tinto (Douro) - Concentração média. Cereja, muita cereja, solta, livre de capas envernizadas por vezes conferidas pelos excessos de madeira. O terroir nota-se em componentes minerais, florais e vegetais que interligam de forma descontraída. Na boca é solto, afinado, pronto a saborear na plenitude. A acidez explode frescura e definição de sabores, prolongando uma longa evolução, e dando condições estruturais a taninos saborosos, afinados. A complexidade de sabores a fruta, fumo, terra e vegetal cresce sempre que vai à boca.(15,50€)
Nota: 17,50

purosevinhos@gmail.com

segunda-feira, julho 23, 2007

Camarões, Perceves, Salmonetes, Garoupa e Vinhos em Sesimbra




Tendo os meus pais uma casa em Sesimbra, nada melhor que convidar os amigos para uma tarde de degustação de marisco e peixe grelhado na brasa.
De manhã vai-se á pesca, com não sei pescar vou a uma das melhores peixarias do país o “Zé Camarão” . Nesta manhã mal chegámos ao local lançamos a rede a umas ostras de Setúbal, aos Perceves do Cabo Espichel, aos Burriés de Sesimbra e a uns magníficos camarões frescos do Algarve.
Com a cana conseguimos arrecadar uns frescos Salmonetes de Setúbal (pequenos e suculentos como eu gosto), um Robalo da nossa costa para os mais novos e uma bela garoupa de 2Kg para arrebatar.O acompanhamento foi uma batatinha nova cozida com pele, e uma salada de alface, pimento assado, tomate e coentros.
Tinha comigo o melhor assador do mundo o António Chaparro e o maior critico de gastronomia da actualidade o Paulo Sousa e as suas respectivas familias.

Debaixo de uma videira nos sentámos para nos lambuzarmos e degustar os seguintes vinhos :

Ruinart Blanc des Blancs - Tonalidade citrina suavemente esverdeada. Notas ananás, maçã, soro de iogurte e suave vegetal. Bolha fina e mousse bastante macia a deixar que a fruta se expresse com maior definição. Ataque macio, contido no gás, revelando frescura, bem expressa na vivacidade e intensidade dos sabores citrinos. Boa persistência final, com suave secura, repetindo as notas citrinas. Um conjunto que emana requinte e refinamento. Nota: 18



Condessa de Santar Branco 2005 (Dão) - Nariz equilibrado e fresco, apesar de pouco definido. A componente vegetal marca o perfil, completado por sensações a mel oriundas da passagem do vinho por madeira. Na boca ganha uma dimensão e elegância inesperadas. A acidez viva, estimulante, enquadra uma progressão aromática notável - parece que o vinho vai ressuscitando várias vezes ao longo da evolução. A textura sedosa, apetecível, transporta uma complexidade de sabores vegetais, minerais e cítricos, de boa qualidade. É pena o nariz mostrar-se pouco falador. A garrafa cria uma imagem positiva na memória. Nota: 16,50


As Sortes Branco Espanha 2005 - Cor amarelo palha claro, com toques dourados. Aroma de boa intensidade, fino, pejado de frutas tropicais, ananás, manga, pêssego, maçã com um delicado fundo floral. Muito ligeiro toque herbáceo. Corpo médio, acidez perfeitamente equilibrada, complexo, carnudo. Extremamente feminino, é um vinho fresco e vivo com um bom final, prolongado e persistente. Este é um vinho bem elaborado e extremamente aromático. Vale a pena prová-lo! Nota: 16,50

Como tinhamos dois tintos para degustar “matamos” um porco e tiramos umas febras para grelhar.

Cedro do Noval Douro 2004 - Definição aromática, fruta fresca, pura, no ponto certo, com muita cereja. A espinha dorsal lembra esteva. A madeira é equilibrada nas sensações a baunilha e tosta. Floral. Na boca tem moderada estrutura, apesar da irreverência dos taninos presentes no final. Vagueiam, no entanto, a par de sabores a fruta e vegetal, concretizando um final feliz. Nota 14,50

Uvas Castas 2004 (vinho de mesa) - Trata-se do primeiro vinho a ser feito com uvas do Douro e Alentejo. Resultado do projecto de Henrique Uva, o Uvas Castas recolheu a “inspiração” destas duas regiões de características geográficas tão distintas, mas ambas com grande tradição na produção de vinhos. Tem cor intensa, aroma lembrando fruta macerada com notas de chocolate e licor, casados com frutos bem maduros, estruturado e final de boca prolongado. Nota: 15,00


Tokaji Aszu 5 Puttonyos 2000 (Hungria) - No nariz, os aromas aparecem aqui em forma de mel, o maracujá, a casca de laranja. Na boca, untuoso e quase licoroso, suave e delicado, mas no entanto muito doce, com o mel, a maça assada a aparecerem bem conjugados com os frutos secos, num final longo. Não se mostra tão complexo na boca. Combinou muito bem com os rebuçados de Portalegre caseiros. Nota: 16,50 para o vinho e 18 para os rebuçados.

E assim se passou mais um agradável dia na praia.

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